domingo, 8 de maio de 2011

Pobres

Boa Tarde caríssimos leitores, apresento-vos a 9ª edição d'A depressão de Domingo à tarde, com satisfação e um pouco de ódio. O espectáculo vai começar.

Ontem, pela primeira vez, toquei ao vivo com uma banda. Fui convidado para tocar uma música que sabia tocar em guitarra eléctrica e lá fui eu, na minha sincera opinião, tive um desempenho medíocre.

Hoje, relembrando o dia anterior, pensei cá para com os meus botões: "Luíz... sabes quem é que nunca ia conseguir fazer o que fizeste? Os pobres. Porquê? Porque os pobres não se interessam por música! Tanto instrumento musical nas lojas à espera de um dono tal cães num canil, tanto professor a querer ensinar pessoas para aprenderem a tocar um instrumento musical, e eles quietos, PREGUIÇOSOS!"


("Olhem para mim, sou tão pobre, etc." Eu até oferecia esperança a esses garotos, mas são demasiado classe baixa para conseguir lidar com isso.)

A única diferença entre um instrumento musical ou um professor que quer ensinar alguém a toca-lo e os cães num canil é que para possuir um instrumento musical ou professor é preciso pagar bem. Bem, há sempre o gasto com veterinários e comida, mas vamos esquecer isso, certo? Acho bem que esqueça.

No fundo, é por isto que eu odeio pobres, porque estão sempre preocupados apenas em ter uns trocos para comprar comida, tabaco(que só faz mal à saúde) e embebedarem-se(que se fizer mal à saúde pelo menos a mim não me interessa. Compram essas coisas que dizem ser essenciais para sobreviverem mas depois não compram instrumentos musicais e não ajudam a desenvolver a economia deste País, assim como se tornam pessoas desinteressantes. Esquecem-se também que há uma coisa essencial que nunca vão conseguir comprar, que é o verdadeiro amor, que nunca terão com aquele cheiro horrível.



E depois são pessoas incultas, não se consegue ter um conversa de jeito com um pobre. A última vez que tive uma boa conversa com um pobre foi a discutir uma vitória do SLB. Pah, comprem uma porra dum livro para aprender alguma coisa. E um livro não é o jornal Record. Ou sustentem uma mensalidade de Internet para se enriqueceram culturalmente. E o mais interessante, é que depois metem-se em espaços onde conseguem aceder à Internet gratuitamente a jogar jogos e a ver gajas.

Pior, é quando para além de pobres são analfabetos, é óbvio que isto só acontece no caso dos pobres mais velhos, que passam uma vida inteira de miséria e não são capazes de se sustentar para irem pelo menos para o patamar de classe média. ESCUMALHA! Lembro-me de na Escola Primária ser um grande leitor e raramente tropeçar nas palavras ou gagagagaguejar a ler, pois, quem é que tropeçava sempre nas palavras e gagagagaguejava sempre? OS POBRES!

E depois os pobres mais novos nunca parecem infelizes, apesar de se vestirem mal e cheirarem mal. Outra coisa que me irrita profundamente nos pobres, é eles terem uma péssima noção de fashion, e combinam mal as cores das roupas que vestem. Acham difícil fazê-lo? Façam como eu, vistam-se de preto dos pés à cabeça. Ainda por cima é uma cor tão elegante. Ou será uma ausência de cor tão elegante? Estou confuso. O que me confunde ainda mais é o facto dos pobres mal-cheirosos conseguirem arranjar uma parceira e eu não...



Apesar dos pobres mais novos nunca parecerem infelizes, os pais deles estão sempre taciturnos, isto é, com uma cara de quem diz: "Sou pobre, etc."

Outra coisa que me irrita profundamente nos pobres, exclusivamente no caso dos sem-abrigo, é o facto de procurarem comida no lixo. Alguém que os informe que isso é como encontrar uma nota de 100 euros num monte de folhas verdes. AH! Esqueci-me, os pobres não são esquisitos, eles também comem cascas de fruta, caroços e coisas podres.


(Lixo!!!! Nom nom nom nom!!)

Tenho que apontar algo no entanto, é que eu sou um verdadeiro não esquisito e não esses pobres, eu sei que a linha entre uma coisa e outra pode parecer ténue, mas uma coisa é não ser esquisito, outra é ser porco.

Por isso, como um culto senhor disse, e muito bem, se queremos ajudar os pobres, por exemplo, com roupa, é a meter o que já não nos serve ou já não gostamos no lixo e mandar as instituições ir apanhar no rego. Eu no meu caso, era bem capaz de meter os frascos de shampoo no lixo, depois de supostamente vazios, para ver se esses malditos pobres passam finalmente a cheirar a pessoa.


(280 ml na práctica)

Sim, frascos de shampoo, supostamente vazios, porque quando pensamos que os frascos estão vazios porque por mais que apertemos o shampoo não sai, na verdade ainda há um bocado de shampoo dentro do frasco. É óbvio que podia pegar numa tesoura ou numa faca e cortar o frasco, de modo a conseguir tirar o shampoo que resta, mas sou demasiado chique para semelhante peripécia. *

Curiosidade: Sabem como é que se sabe quantos pobres vivem numa localidade para fazer estatísticas? Não, não é a fazer perguntas às pessoas sobre o tipo de vida que levam, ou qualquer outro tipo de coisa formal. Existem pessoas especializadas em saber quantos pobres existem em determinada localidade só pelo cheiro da mesma, então imaginem o fedor da Amadora. Até porque curiosamente, a riqueza obtida a partir de furto não melhora o cheiro de um indivíduo, particularmente em bairros sociais, o indivíduo passar a ter um cheiro a erva acrescido, ou um nariz empoeirado, ou até mesmo em alguns casos, indícios que provam o uso habitual de seringas nos braços.

Concluindo, odeio pobres, dizem: "Ah e tal, não temos dinheiro, e a segurança social não nos ajuda." e eu digo: "Vocês são é uns unhas de fome da m**da! A única segurança social de que vocês precisam é o álcool!"

Sinceramente,
Luíz Vasconcelos D'Andrade, um Senhor que nunca será pobre
Domingo. 8 de Maio de 2011

P.S.: Devem ter reparado num asterisco no final de um dos parágrafos, façam o seguinte, substituam todas as vezes, que disse "frasco" por testículos e todas as vezes que disse "shampoo" por sémen.

Sem comentários:

Enviar um comentário